Terminou o ano como começou pra prefeita Cínthia, sem base na Câmara

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, nos deu material suficiente para charges no ano que passou. E vimos ao encerrar o ano que não fez a lição política básica de qualquer governante, ter uma base na Câmara de Palmas que lhes desse sustentação administrativa. E o ex-aliado, vereador Milton Néris, nadou de braçada e impôs à prefeitura de Palmas uma camisa de força.


Sérgio Marra/Boca Maldita


Colocou uma emenda que obriga a prefeitura a pagar as despesas de exercícios anteriores em ordem cronológica. Ou seja, a prefeitura terá de pagar contratos com empresas e prestadores de serviços do ano anterior. Sabemos que o que acontece  é que muitas vezes pagam quem querem, ou por afinidade política ou por preferências, com essa emenda obriga a fazer os pagamentos a partir dos mais antigos.

A prefeita vetou, lógico, e retornou para a Câmara para ser analisado. A Comissão de Constituição e Justiça, presidida pelo vereador Lúcio Campelo (PL), analisou o veto e concluiu ser favorável. Mas quando chegou no plenário para votação a prefeita teve apenas 8 votos, e a "oposição" 10. Mantiveram o veto.


Bem, mas o que isso significa? Segundo declarações de Carlos Braga, secretário de Governo, o problema são as negociações com os vereadores para poder consolidar uma base da prefeita na Casa de Leis. Ele cita reclamações dos vereadores querendo mais cargos na administração. "Há muito interesses", falou Braga.


Mas pelo outro lado a reclamação é que a prefeita, em cima de seu pedestal, se nega a receber, e conversar, com vereadores. Não atende as demandas. E segundo um vereador, "queremos ter a mesma atenção que a prefeita dá para presidentes de bairros".


Vemos que ser oposição ou situação depende apenas das vantagens que se consegue, ou não. Ou vocês já esqueceram que Milton Néris era aliado da prefeita e, de repente, talvez por ter interesses contrariados, virou oposição. E a partir daí, transformou-se ferrenho crítico de uma administração que ele defendia.


E na votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) sapecou essa emenda para engessar a administração da Cínthia. Talvez "motivados" por interesse de alguma empresa que tenha dinheiro a receber da atual administração e, nos bastidores, se acertou com os nobres vereadores para assim forçarem a prefeitura a lhe pagar. "Rachadinha"?


Concluo que a inacessível prefeita Cinhtia Ribeiro não quis, ou não teve capacidade política para construir uma base sólida na Câmara. E vereadores aproveitaram dessa situação para tentarem sangrar a administração, tendo Milton Néris liderando as pressões.


Resumindo vimos um péssimo exemplo de política, de ambos os lados.