Sérgio Marra
Nem candidato a deputado federal gasta apenas isso na campanha. Estamos cansados de saber, de ver, de ler sobre o uso de caixa 2. Declaram oficialmente gastos de R$ 5 milhões quando na verdade utilizaram R$ 20 milhões na campanha.
Bem, mas essa é a nova regra eleitoral. Candidatos a governador tem teto de a R$ 4,9 milhões. Para o Senado o candidato poderá gastar no máximo R$ 2,5 milhões, o mesmo para deputado federal. Já candidato a deputado estadual R$ 1 milhão.
A expectativa é que amenize as desigualdades numa campanha. Um candidato que tem mais dinheiro contratava uma grande empresa de marketing eleitoral e tinha programa e material publicitário melhor elaborado. Balela, reforçará ainda mais a utilização de Caixa 2.
Para que tal medida surtisse efeito teria que haver uma grande demanda do Ministério Público atuando na fiscalização, quase impossível.
Recentemente vimos o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, declarar que gastou 100 milhões a mais em sua campanha do que o que foi declarado a Justiça Eleitoral.
Na última campanha ouvi de um político que quando o Ministério Público fiscaliza alguns tipos de artimanhas utilizadas para que políticos financiem com Caixa 2, na eleição passada, na atual eleição já criaram outros meios, que o MPE só descobrirá depois da eleição. Ou seja, sempre, pelo menos, um passo à frente da Justiça.
O que vai acontecer é apenas aumentar mais o risco para quem financiar sua campanha com Caixa 2, o que deverá exigir a contratação de profissionais melhor qualificados na área financeira.
O problema do Brasil é fazerem Leis que são muitas vezes difíceis de serem seguidas e impossíveis de serem fiscalizadas. Será apenas uma atualização para o "pique-esconde", principalmente entre os candidatos, pois ocorrerá um "caça às bruxas" na fiscalização entre os próprios candidatos, que utilizarão de vários artifícios para denunciar o concorrente.
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