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Neto de ex-senador atropela e mata agente de trânsito e tem prisão revogada

O herdeiro Rodolph Gonçalves Carlos da Silva,atropelou e matou Diogo Nascimento de Souza
Mais um exemplo do trabalho da Justiça a favor dos mais ricos. Esse caso ocorrido em João Pessoa (PA) demonstra que quem tem dinheiro não paga pelos seus crimes. O estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, herdeiro do maior grupo da indústria alimentícia da Paraíba e da afiliada da TV Globo no estado, é acusado de atropelar e matar um agente de trânsito, Diogo Nascimento de Souza,34 anos.

BOCA MALDITA/Tocantins

O crime ocorreu no sábado (21) quando Rodolph, dirigindo um Porsche, recebeu sinal para parar em uma  blitz da Operação Lei Seca, em João Pessoa. Segundo testemunhas, após atropelar, o motorista fugiu sem prestar socorro à vítima. O agente foi levado para a UTI de um hospital de traumas e morreu na noite de domingo. O caso gerou revolta e indignação em todo o estado devido à suspeita de favorecimento da Justiça ao acusado, que é neto do ex-senador e ex-vice-governador da Paraíba José Carlos da Silva Junior.

Apesar de ter tido a prisão preventiva decretada por uma juíza do 1º Juizado Especial Misto de Mangabeira, horas depois foi revogada pelo desembargador Joás de Brito Pereira Filho,  antes mesmo de a prisão ser realizada. Entre uma decisão e outra, foram pouco mais de seis horas. A prisão de Rodolpho foi determinada por volta das 20h de sábado. Já a decisão que suspendeu a prisão foi realizada por volta das 3h da manhã de domingo. Esse foi o tempo necessário para que a defesa do jovem, mesmo sem ter sido notificada, fizesse um habeas corpus e apresentasse ao juiz, que, por sua vez,  analisou o HC e redigiu sua decisão anulando a decisão anterior da magistrada.


 Segundo o magistrado, sua decisão foi eminentemente técnica. “Eu analisei a prisão temporária, não preventiva, onde verifiquei que não haveria necessidade da prisão por ele ser primário e ter bons antecedentes. O advogado dele apresentou uma petição onde disponibilizou o carro, e o suspeito se propôs a comparecer para prestar esclarecimentos”, declarou. “A decisão não foi apenas no sentido de liberá-lo. Eu condicionei a apresentação dele em 72h, apliquei medidas cautelares para evitar prisões desnecessárias. O fato foi grave, mas será apurado e a justiça tomara as medidas”, acrescentou.

O promotor Marinho Mendes Machado atacou a decisão o desembargador, a quem acusou de favorecer o acusado por ser de uma família rica e tradicional. “Se fosse o filho de um pobre, de uma pessoa comum, o senhor nunca teria acordado às 3h da madrugada para soltá-lo, não. E isso quem paga é a instituição, que por essas e outras vai ficando sem fé no senhor, pois quem manda é o dinheiro, somente o dinheiro e o poder”, criticou em nota no Facebook.


A família é dona de empresas de comunicação locais, como a TV Cabo Branco afiliada da rede Globo, e também é proprietária do Grupo São Braz, um dos maiores produtores de café torrado do país. O ex-senador e ex-vice-governador Silva Junior foi presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Café por dois mandatos.

Fonte: Congresso em Foco

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